online photo effects

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

FELICIDADE

Hoje pela manhã, na empolgação pré-noitada, acordei um tanto reflexiva. Estava pensando em como buscamos a felicidade sem saber por onde ela se encontra. É uma questão de buscar-se até os últimos momentos de vida que tivermos. A felicidade é uma palavra traduzida em todos os idiomas do mundo e confunde-se com o bem estar, a alegria, o riso. Acrescento, ainda, que a felicidade é relativa, pois o que deixa uma pessoa feliz pode não ter o mesmo efeito sobre outra.
Fiquei pensando cá com meus botões. Eu sou uma mulher de múltiplas opções e adoro levar todas para meu loft em Paris. Escolher é uma coisa que não vim programada pra fazer. Acho que Deus esqueceu de colocar esse 'soft' em meu processador de dados. Mas tudo bem. Como dizia a finada e nunca esquecida Maria das Dores, que parecia ser a única a afirmar que eu não era uma vagabunda, o amor é algo de duas pessoas. Ela sempre foi pudica, tadinha... sempre concienciosa, sempre corretinha, sempre a viada perfeita, crítica ao extremo, desclassificando qualquer tipo de programa que fosse (a não ser ópera, jazz e música gospel que ela me martirizava de obrigar a ouvir). Eu simplesmente odeio as corretinhas. Chego a ter asco delas. Uma coisa é você ser correta, direita e outra coisa é você ser enjoada no seu jeito de ser, reclamadeira de tudo e todos. Ah, eu quero é dar meu cú pra quem quiser me comer. E tenho dito.
Poisé, pensando no que a Maria das Dores sempre dizia, cheguei a conclusão e me apercebi que estamos em um outro momento. Outro século se iniciou trazendo novidades nas vidas dos humanos. É comum ficarmos meio resistentes a mudança, pois não somos seres que gostam de mudar, de criar coisas novas, exceto alguns poucos especiais que são logo chamados de 'loucos' por não estarem de acordo com o modelo vigente e habitual. Mas os loucos de hoje sempre serão os sábios de amanhã, pois a sociedade que eles vislumbram no futuro lhes dará o devido crédito. Mas sim, pensava eu na felicidade e no que a Maria das Dores dizia: "amor é algo de duas pessoas". Acho limitante essa afirmação. Parece uma prisão: duas pessoas, duas toalhas, dois lugares a mesa, dupla dinâmica, dois convites pra jantar. 
Aff!! Realmente, eu sou mulher de Marte ou de Urano, sei lá. Nada limitado me agrada. Nem meu salário me agrada porque é limitado a algo que eles estabeleceram. Por aí vai...
Primeiramente não concordo que a felicidade em sua plenitude esteja em uma relação. Isso é o fato número 1. A felicidade é como uma pizza em fatias. Cada pedaço tem em si uma parcela de algo que deve nos ser importante naquele momento e que, sem ele, o todo não se completa. Existem pessoas cuja relação, ou a necessidade de uma, atinge quase a totalidade ou senão, a totalidade da pizza. São pessoas que depositam sua felicidade no relacionamento e no outro, dependendo dele para que sua plenitude esteja a contento. Que tristeza, eu creio! Para exemplificar melhor, eu trago dois teóricos famosos que falam justamente disto. Na verdade, um é teórico e o outro é um referencial espiritual. 
O primeiro, Kurt Lewin, teórico e matemático, que inventou a Teoria de Campo da Personalidade. Ele falava justamente o que eu disse sobre a pizza anteriormente. Ele dizia que a vida do ser humano era como uma grande elipse, dividida em setores: família, trabalho, dinheiro, amor, etc, quantos setores fossem necessários para aquele indivíduo em especial, pois os setores, salvo alguns, eram diferentes de pessoa para pessoa. E estes setores eram dinâmicos e aumentavam ou diminuiam conforme a importância dada a eles. O ideal seria que eles ficassem mais ou menos do mesmo tamanho, mas sempre havia um ou uns que se sobressaiam aos outros. E é aí que está o problema. Assim acontece com as pessoas nas quais o setor do amor está maior que os outros. Quando a pessoa vem e termina com você, você entra em colapso. Como voltar ao que era antes? Por isso que acho que o namoro e o namorado devam ser apenas uma parcela do seu tempo, da sua vida e da sua FELICIDADE. Se não der certo, gata, você terá os outros setores para te auxiliarem a sair da fossa bem mais rápido do que você supunha.
Meishu Sama é o outra personalidade interessante que fundou o que conhecemos hoje como Igreja Messiânica. Ele tem um número vasto de ensinamentos, mas o que chamo a atenção e que muito bem cabe aqui, é a questão do apego, seja ele material, sentimental e qualquer que fosse. O ser humano pleno é o que liberta de si todas as amarras e não se apega as coisas do mundo. Com isso, ele não pregava o desamor, como muitos podem pensar. Nada disso. Você deve amar as pessoas, deve respeitá-las, deve estar perto delas, mas não deve depender delas para viver/sobreviver. É isso que ele quer dizer com o apego. 
O apego ruim, pode-se dizer, é aquele no qual você vive uma relação de dependência e que faz mal. Bem, hoje em dia, felicidade pra mim é um apanhado de muitas coisas, desde trabalho, amigos, amores e tudo o mais. Graças a meus próprios esforços e entendimento, fui deixando essa visão para trás. Eu amo meus amigos, minha família, meus amores, meu trabalho, mas naum estou apegado a nenhum deles. Trato-os com devoção, com dedicação, mas não tenho-os como algo sem quem ou o que não possa viver. Os meus amigos, muitos irão embora da minha vida, seja para fazerem suas próprias vidas, seja talvez por inimizade mesmo, nunca se sabe. Minha família, apesar de ser um elo bem forte, desaparecerá, pois meus pais morrerão e meus irmãos tentarão suas vidas. Meus amores, eu não sei, mas enjoarão de mim e quererão ir em busca de novas aventuras, como dizia Vinícius de Moraes, em sua 'aventura errante'. O trabalho de hoje, posso trocá-lo por outro amanhã. Enfim, o que quero demonstrar é que não devemos ter nada para depender.
A felicidade deve libertar, deve deixar livre para que tudo se processe conforme sua vontade, liberta e soberana. Eu não amo o outro quando quero aprisioná-lo, pois jaulas não fazem bem a ninguém. Eu o amo quando o deixo solto e posso vê-lo correr desinteressadamente pela vida. É como um passarinho que se tira da gaiola... tente e verás. Liberte um e perceberá que, ainda que ele voe em direção ao mundo, vez ou outra, ele aparecerá na sua janela para te visitar, como forma de gratidão e amizade. 
Não sei mesmo se a Maria das Dores tem razão, não sei se a felicidade é de dois, de três, ... de dez, mas ame, mesmo. Ame a quem você quiser, da forma como você achar que deve. A felicidade é sua e não minha e é você quem decide que rumos ela vai tomar e de que forma ela deve se manifestar para deixar você realmente feliz. Beijos da Maria da Luz, iliminando os caminhos...

Nenhum comentário: